Em Outubro de 2017, Pacheco Neto Sanden Teisseire Advogados (PNST) participou do encontro dos escritórios internacionais do Yingke Law Firm nas cidades de Hangzhou e Pequim, na China.
O Yingke Law firm é um dos maiores escritório chineses, com sede em Pequim, filiais em 42 cidades do país, com mais de 5.300 advogados e que mantém uma rede de parceiros globais em 24 países, liderados pela executiva chinesa, Linda Yang.
No Brasil, PNST representa o Yingke Law Firm com exclusividade.
Na cidade de Hangzhou, inaugurou-se o novo escritório do Yingke Law Firm e aconteceu o evento “Investing Overseas Superior Assets” no Hotel Shangri-La, para uma plateia de mais de 200 convidados.
Na ocasião, Rui Cavendish, sócio de PNST, baseado em Xangai, falou sobre oportunidades de investimento no Brasil. Lembrou que na primeira leva de investimentos, a China priorizou basicamente commodities (matérias-primas); num segundo momento, entre 2011 e 2013, as empresas chinesas investiram na área industrial, especialmente nos setores de máquinas e equipamentos, automotivos e aparelhos eletrônicos, vislumbrando o mercado consumidor interno brasileiro. A terceira fase foi marcada pelo interesse chinês no setor de serviços, principalmente financeiros, que se consolidaram pela aquisição da participação acionária em bancos brasileiros ou internacionais em operação no Brasil. E agora vivemos a quarta onda, caracterizada por investimentos de maiores cifras e em energia, petróleo e gás, produção e alimentos.
A sócia do PNST, Juliana G. Meyer Gottardi, baseada em São Paulo, falou sobre os principais riscos de investimentos estrangeiro no Brasil. Lembrou que, apesar dos desafios do Brasil, que vem essencialmente das áreas fiscal -pela complexidade de taxação, da área trabalhista – pela legislação mandatória e cara, e da regulatória – a depender do setor de atuação, a China é o principal parceiro comercial brasileiro desde 2009, quando superou os Estados Unidos.
A China é também o principal investidor no Brasil nesse ano, sendo que quase metade de todos os investimentos estão no estado de São Paulo.
Tais posições tendem a se manter e aumentar, pois com amplo capital chinês disponível, projetos brasileiros já identificados no radar, risco Brasil já razoavelmente conhecido pelos chineses, diferenças culturais entre ambos os países melhores compreendidas, democracia brasileira consolidada com um ambiente legal seguro, possibilidade de envio de lucros para o exterior sem tributação a partir do Brasil, fim de anos de recessão econômica no Brasil, com taxas de desemprego e inflação em declínio, PIB crescente e cenário político mais estável, é razoável que se espere que os chineses sigam a toada firme aproveitando o câmbio e as boas oportunidades comerciais.
Na capital Pequim, o Yingke Law Firm organizou o evento “Bulding Safe Investment Environmental Under the Belt & Road Initiative” na prestigiadíssima Universidade Tsinghua, para um grande público composto por estatatais, fundos de investimento, bancos e acadêmicos.
Lá, PNST falou que apesar de não fazer parte da “Belt & Road Initiative”, é importante parceiro comercial de muitos países que fazem, além de fazer parte dos BRICS, a primeira grande iniciativa multilateraldo governo chinês, e, portanto indiretamente participará do projeto. E que os setores interessantes para chineses prestarem grande atenção no momento são: energia, especialmente a renovável, infraestrutura por meio de concessões e privatizações e a indústria milionária e que é paixão mútua: o futebol.
Renato Pacheco Neto, sócio fundador de PNST , vice-presidente da aliança internacional do Yingke Law Firm, cônsul geral da Suécia no Brasil e que assessora empresas chinesas e europeias no Brasil há décadas ressalta que a China segue e seguirá por muito tempo como motor da economia global e que, apesar da distância geográfica e cultural, China e Brasil crescerão muito juntos. Nota ainda que o caminho mais comum para chineses operarem no Brasil é via fusões e aquisições de empresas locais e via contratos comerciais como p.ex: “joint ventures”, parceiras, distribuições e representações. A atuação direta chinesa e os chamados e desejados “green fields”, porém, estão aumentando, na medida em que diversas corporações chinesas já têm conhecimento suficiente do mercado e da burocracia brasileira para atuarem por si. Além disso, instituições financeiras do gigante asiático, que respaldam investimentos e o comércio bilateral também já operam no país.
No mesmo período, PNST fez também apresentações em importantes empresas privadas, fundos de investimento e estatais chinesas que investem ou tem interesse de investir em projetos no Brasil e visitou a sede de alguns de seus clientes.